A impressão que tenho é que anteriormente, no tempo da minha avó, educar era passar determinados valores morais (e aí já começcam os poréns) carregados de preceitos religiosos e de senso comum; alimentar também contava, além de deixar a criança sadia. Um único ítem aumentou nesta lista: dar escola (porque me nego a dizer educar. Quem educa não é a escola, (ou, não deve ser, mas muitos pais não querem admitir isso). Além disso, há inúmeras, centenas, milhares de escolas que nada ensinam a não ser a "arte" de imitar).
Agora leia sobre o Brasil racista e EDUCAÇÃO tem tudo a ver com isso!
ONU: Fosso entre negros e brancos aumentou no País
Agência Estado
Se existissem dois Brasis, um só com brancos e outro só com negros, o primeiro estaria, no quesito qualidade de vida, ao lado de países europeus relativamente desenvolvidos, como Bulgária e Letônia. O Brasil dos negros, por outro lado, ficaria próximo de países muito pobres, como o Vietnã e a Bolívia. Esse persistente fosso entre brancos e negros é a principal conclusão de uma edição especial do Relatório de Desenvolvimento Humano a respeito do racismo no Brasil.
O trabalho, realizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), teve como base estudos realizados no País nos últimos anos sobre o assunto. A divulgação ocorreu às vésperas do Dia da Consciência Negra, que será comemorado amanhã. Em 2002, o Brasil ocupava uma posição intermediária no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Pnud, que considera três fatores fundamentais de qualidade de vida: renda, esperança de vida ao nascer e nível de educação. Num universo de 177 países, estava em 73º lugar. Se no Brasil vivessem só os brancos, o País estaria em 44º lugar. Se houvesse apenas os negros, em 104º lugar - considerável distância de 60 posições. O fosso fica ainda mais profundo quando se separam os Estados. A melhor qualidade de vida têm os brancos do Distrito Federal - vivem tão bem quanto na República Tcheca (33º lugar no ranking mundial).
No outro extremo, estão os negros de Alagoas - vivem na mesma precariedade que a população da Namíbia (122º lugar no ranking). “A democracia racial no Brasil é um mito. Os efeitos da escravidão permanecem até hoje”, afirma o assessor do Centro Internacional de Pobreza do Pnud, José Carlos Libânio. O Relatório de Desenvolvimento Humano também mostra a discriminação racial por meio de indicadores socioeconômicos. O número de pobres (com renda per capita inferior a R$ 75,50) no Brasil diminuiu cinco milhões entre 1992 e 2001. Os negros, porém, foram levados na contramão: o número de pobres cresceu 500 mil. Ainda no caso deles, o desemprego é maior e o salário é menor - invariavelmente.
Violência e educação
Na educação, apesar de os índices brasileiros terem melhorado sensivelmente, os negros ainda estudam menos que os brancos. Eles ficam, em média, 2,1 anos a menos que os brancos nas salas de aula. “Estamos falando só da questão quantitativa. Se falássemos da qualitativa, a situação seria muito pior. Normalmente os negros estudam em escolas ruins, com pouca ou nenhuma estrutura, sem professores qualificados, na periferia das cidades”, diz a editora do relatório, Diva Moreira. A tendência se repete quando se trata de segurança. Ser negro significa ser o alvo preferencial da violência que resulta em morte. E também, pelo menos no caso do Rio, a maior vítima da polícia. “Em todos os indicadores sociais possíveis e imagináveis, a situação é a mesma. Se o indicador é negativo, os negros são maioria. Se o indicador é positivo, eles são minoria”, resume Rafael Osório, do Centro Internacional de Pobreza do Pnud.
O relatório foi apresentado ontem no Capão Redondo, um dos bairros mais pobres e violentos de São Paulo. Das oito pessoas que estavam na mesa de apresentação, só duas eram negras. A pequena presença dos negros em posições de influência no País foi um dos problemas apontados pelo relatório. Para o coordenador do Observatório Afrobrasileiro, Marcelo Paixão, essas desigualdades deveriam ter sido enfrentadas há pelo menos 70 anos. “Esse é o tamanho do atraso para um País que foi o último nas Américas a abolir a escravatura e passou o século 20 sem políticas de integração para afrodescendentes. No máximo, fez políticas globais, achando que atenderia todo mundo, o que evidentemente não aconteceu.”
2 comentários:
Realmente,concordo com o texto quando fala que "os efeitos da escravidão no Brasil ainda permanecem".O "Dia da Consciência Negra" não é apenas uma data histórica (quando Zumbi foi assassinado), mas sim uma data que demostra o quanto o país está marcado por diferenças e discriminações. Nesse dia, não só as pessoas negras deveriam reinvidicar, mas sim nós todos brasileiros que lutamos por uma sociedade mais democrática e igualitária.
Conforme o historiador do departamento de História da UFRJ Flavio Gomes,"é preciso entender que a desigualdade no Brasil tem cor, nome e história. Esse não é um problema dos negros no Brasil, mas sim um problema do Brasil, que é de negros, brancos e outros mais".
Penso que o Brasil é pobre em muitos pontos, principalmente em cultura e educação...o que faz relacionar a pobreza com a cor da maioria? Essa resposta já foi dada...mas ninguém a aceita...faltam só oportunidades? Não. O que falta é respeito...aquele mesmo de qdo éramos crianças e com valores sendo definidos, olhávamos primeiro para o pai...graças, eu tive uma educação exemplificável...Obrigada papai e mamãe...
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