O racismo, o preconceito, a intolerância, e quem os pratica, são burros porque não conseguem reconhecer as diferenças que são próprias e intrínsecas da raça humana. A solução para esses tipos de mal ,e de muitos outros, está na educação. E educar dá trabalho.

A impressão que tenho é que anteriormente, no tempo da minha avó, educar era passar determinados valores morais (e aí já começcam os poréns) carregados de preceitos religiosos e de senso comum; alimentar também contava, além de deixar a criança sadia. Um único ítem aumentou nesta lista: dar escola (porque me nego a dizer educar. Quem educa não é a escola, (ou, não deve ser, mas muitos pais não querem admitir isso). Além disso, há inúmeras, centenas, milhares de escolas que nada ensinam a não ser a "arte" de imitar).
Para educar você tem que parar de ver o Will Bonner e dar atenção a (o) filha (o); tem que parar de ver o jogo de futebol e ver a ansiedade por uma resposta, nos olhos da criança; tem que acompanhar os estudos, ir na escola; tem que "brincar horas a fio" (e isso é um prazer), tem que perceber as virtudes e as dificuldades morais da (o) filha (o) para ajudá-la; tem que participar; tem que se melhorar, se conhecer, e, acima de tudo, TEM QUE DAR BOM EXEMPLO. É. educar dá trabalho.
É complicado ver que alguns pais tratam os filhos como se fossem desprovidos de inteligência. As crianças, na verdade, “sacam” tudo! Elas observam, acompanham, fazem conjecturas, muito mais do que imitar, tão somente ( o que, dependendo dos pais, é uma temeridade!). E se você ainda não viu isso, essas peculiaridades infantis, é porque não anda prestando atenção na (o) filha (o), na (o) sobrinha (o), na humanidade...
As crianças são individuais, infelizmente acabam transformadas em coletivo, pela simples ausência de acompanhamento e de preparo de quem deveria ajudá-las na caminhada. Por fim, acabam se transformando em clones, caricaturas mal feitas dos parentes ou figuras de traços cubistas, que não são sequer reconhecidas pelos próprios pais, que depois perguntam, cínica-inconscientemente: “O que foi que eu fiz?”

Agora leia sobre o Brasil racista e EDUCAÇÃO tem tudo a ver com isso!

ONU: Fosso entre negros e brancos aumentou no País
Agência Estado

Se existissem dois Brasis, um só com brancos e outro só com negros, o primeiro estaria, no quesito qualidade de vida, ao lado de países europeus relativamente desenvolvidos, como Bulgária e Letônia. O Brasil dos negros, por outro lado, ficaria próximo de países muito pobres, como o Vietnã e a Bolívia. Esse persistente fosso entre brancos e negros é a principal conclusão de uma edição especial do Relatório de Desenvolvimento Humano a respeito do racismo no Brasil.

O trabalho, realizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), teve como base estudos realizados no País nos últimos anos sobre o assunto. A divulgação ocorreu às vésperas do Dia da Consciência Negra, que será comemorado amanhã. Em 2002, o Brasil ocupava uma posição intermediária no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Pnud, que considera três fatores fundamentais de qualidade de vida: renda, esperança de vida ao nascer e nível de educação. Num universo de 177 países, estava em 73º lugar. Se no Brasil vivessem só os brancos, o País estaria em 44º lugar. Se houvesse apenas os negros, em 104º lugar - considerável distância de 60 posições. O fosso fica ainda mais profundo quando se separam os Estados. A melhor qualidade de vida têm os brancos do Distrito Federal - vivem tão bem quanto na República Tcheca (33º lugar no ranking mundial).

No outro extremo, estão os negros de Alagoas - vivem na mesma precariedade que a população da Namíbia (122º lugar no ranking). “A democracia racial no Brasil é um mito. Os efeitos da escravidão permanecem até hoje”, afirma o assessor do Centro Internacional de Pobreza do Pnud, José Carlos Libânio. O Relatório de Desenvolvimento Humano também mostra a discriminação racial por meio de indicadores socioeconômicos. O número de pobres (com renda per capita inferior a R$ 75,50) no Brasil diminuiu cinco milhões entre 1992 e 2001. Os negros, porém, foram levados na contramão: o número de pobres cresceu 500 mil. Ainda no caso deles, o desemprego é maior e o salário é menor - invariavelmente.

Violência e educação

Na educação, apesar de os índices brasileiros terem melhorado sensivelmente, os negros ainda estudam menos que os brancos. Eles ficam, em média, 2,1 anos a menos que os brancos nas salas de aula. “Estamos falando só da questão quantitativa. Se falássemos da qualitativa, a situação seria muito pior. Normalmente os negros estudam em escolas ruins, com pouca ou nenhuma estrutura, sem professores qualificados, na periferia das cidades”, diz a editora do relatório, Diva Moreira. A tendência se repete quando se trata de segurança. Ser negro significa ser o alvo preferencial da violência que resulta em morte. E também, pelo menos no caso do Rio, a maior vítima da polícia. “Em todos os indicadores sociais possíveis e imagináveis, a situação é a mesma. Se o indicador é negativo, os negros são maioria. Se o indicador é positivo, eles são minoria”, resume Rafael Osório, do Centro Internacional de Pobreza do Pnud.

O relatório foi apresentado ontem no Capão Redondo, um dos bairros mais pobres e violentos de São Paulo. Das oito pessoas que estavam na mesa de apresentação, só duas eram negras. A pequena presença dos negros em posições de influência no País foi um dos problemas apontados pelo relatório. Para o coordenador do Observatório Afrobrasileiro, Marcelo Paixão, essas desigualdades deveriam ter sido enfrentadas há pelo menos 70 anos. “Esse é o tamanho do atraso para um País que foi o último nas Américas a abolir a escravatura e passou o século 20 sem políticas de integração para afrodescendentes. No máximo, fez políticas globais, achando que atenderia todo mundo, o que evidentemente não aconteceu.”

2 comentários:

Realmente,concordo com o texto quando fala que "os efeitos da escravidão no Brasil ainda permanecem".O "Dia da Consciência Negra" não é apenas uma data histórica (quando Zumbi foi assassinado), mas sim uma data que demostra o quanto o país está marcado por diferenças e discriminações. Nesse dia, não só as pessoas negras deveriam reinvidicar, mas sim nós todos brasileiros que lutamos por uma sociedade mais democrática e igualitária.
Conforme o historiador do departamento de História da UFRJ Flavio Gomes,"é preciso entender que a desigualdade no Brasil tem cor, nome e história. Esse não é um problema dos negros no Brasil, mas sim um problema do Brasil, que é de negros, brancos e outros mais".

Penso que o Brasil é pobre em muitos pontos, principalmente em cultura e educação...o que faz relacionar a pobreza com a cor da maioria? Essa resposta já foi dada...mas ninguém a aceita...faltam só oportunidades? Não. O que falta é respeito...aquele mesmo de qdo éramos crianças e com valores sendo definidos, olhávamos primeiro para o pai...graças, eu tive uma educação exemplificável...Obrigada papai e mamãe...