Emily Dickinson
Livro: Poemas Escolhidos

E se um anjo assim batesse a sua porta?


...Pois é, na minha porta, ele bate...E a gente ri muito, dança e joga conversa fora.



Depois a gente convidou a tal criatura celeste para ver "Renato Russo - a peça, que lembra os dez anos da morte de um dos grande poetas da música brasileira. E todo mundo se emociounou e eu lembrei muito, muito, do meu amigo Marco Aurélio.






Terminamos a noite com uma "Guantanamera" *.
O bar, com temática cubana, servia comida mexicana (é a globalização!). Em nosso cardápio, nachos, burritos e crise de riso.
A culinária mexicana me fez imaginar que deve ser o termpero que faz a latinidade deles mais quente...Minhas queridas Luce e Marsh, "the salsa aunties", não me deixam mentir.
PS: Querido Rafa, a visita estava ótima.
PSII: Obrigada por trazer a Alice para ver a gente também! :)

* Guantanamera é um bar e restaurante cubano. http://www.descubracuritiba.com.br/?s=bares&ss=detalhes&id=522

**Infelizmente, Guantanamera, gentílico feminino de que mora em Guantánamo, além de ser uma célebre músicas cubana, atualmente evoca também a prisão de Guantánamo.A baía de Guantánamo, localizada em Cuba, foi concedida aos Estados Unidos como estação naval em 1903. Atualmente, na base naval americana são mantidos prisioneiros das guerras do Afeganistão e do Iraque.

Fidel Castro tentou em vão desfazer a concessão, e desde então, em sinal de protesto, nunca utilizou o valor do aluguel pago pelos EUA, que se mantém no mesmo valor até hoje, 4.085 dólares por ano. Ao redor da base, encontra-se o único campo minado que ainda existe no mundo ocidental. A manutenção da Base de Guantánamo não encontra amparo em nenhuma convenção internacional e, por isto, não há como fiscalizar o que acontece em seu interior. Os presos vivem em condições deploráveis, sem qualquer direito.

Abaixo a versão americana de "banho de sol" em Guantanámo.


"Curiosidades"

No campo de Guantanámo são utilizadas cores diferentes de roupas para determinar quem são os prisioneiros. Os que vestem roupas de cor laranja são prisioneiros comuns e os que vestem branco são muçulmanos. Esta prática não é original. Nos campos de extermínio alemães, durante a Segunda Guerra Mundial, os prisioneiros também eram classificados conforme os desenhos presentes nas roupas. Os detidos por razões políticas tinham um triângulo vermelho nas vestes. Aos judeus era imposta uma estrela constituída por um triângulo amarelo, que poderia ser cruzado com um outro, que assinalava mais motivos para o encarceramento; aos ciganos, um triângulo preto; aos homossexuais, cor-de-rosa e aos criminosos de delito comum, um triângulo verde. Obviamente, como em qualquer regime ditatorial, os Estados Unidos não permitem que a ONU inspecione as condições da base e o tratamento recebido pelos prisioneiros, não importa a idade. Muitos chegaram a Gunatánamo com 13 anos!


- Esta também não é a primeira vez que a democracia americana se utiliza de campos de concetração, ou melhor de confinamento, como eles preferem (concentração ficou vinculado a extermínio, então, "não pega bem").
Durante a Segunda Guerra, os Estados Unidos, "alojaram" 120 mil japoneses e também alemães, inclusive os que já possuíam cidadania americana ou tivessem nascidos no país. O aprisionamento era por uma questão simplesmente étnica. Os campos eram situados em locais remotos, no interior do país e foram projetados especialmente para este fim.
Japoneses e alemães eram retirados à força das casas e
locais de trabalho e enviados para instalações de segurança máxima. O governo americano se via no direito, inclusive de tranferir moradia e negócios para um americano "puro". Os campos eram cercados com arame farpado e vigiados por guardas armados. Aqueles que tentavam fugir eram abatidos.


- O Brasil também possuiu campos de concentração durante a Segunda Guerra Mundial. Mais de 3.000 pessoas de origem alemã, italiana e japonesa foram mantidas em dez campos de concentração criados em sete Estados brasileiros, inclusive em Santa Catarina e no Rio grande doSul. Aqui, no entanto, os prisioneiros podiam sair do local de confinamento, mas sofriam com a intolerância eperseguição dos brasileiros. Na região oeste de Santa Catarina tive a oportunidade de conversar com descendentes de alemães e italianos que viveram este período e, constatei que aqueles momentos, ainda estão frescos, guardados na memória deles.

Para saber um pouco mais: http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u43301.shtml



Caio Fernando Abreu
Livro:O ovo apunhalado.
Conto: Gravata.