Olha só: em tempos de ignorânica generalizada, de grosseria plena e violência absoluta, para mim, os EMOS surgem como uma possibilidade de diversidade, de afeto, de troca,algo mais pacífico, mais doce.Isso é maravilhoso. Claro que sempre vão existir os "paraguaios" ou "posers" (vide matéria), mas gosto deles pela essência. Se opor a violência, ser mais tolerante e respeitar a diversidade, já é um começo DEZ.
"Escolinha do rock
Os pais estão desesperados com a imprevisibilidade de seus filhos adolescentes e pré-adolescentes que se reúnem em tribos urbanas.
Na ponta do comportamento estão os emos. Eles são mesmo tão perigosos assim?
Por Luís Antônio Giron

A aparição de tribos urbanas cada vez mais estranhas tem preocupado as famílias brasileiras. Os astros atuais respondem pelo codinome de emos. Eles estão dando as caras na cena pop e surgem confrarias que se reúnem em torno de interesses comuns a cada semana em cidades como São Paulo, Brasília, Belo Horizonte e até no interior.
O problema maior das novas subculturas urbanas está na imprevisibilidade. Essa garotada que se veste com camisetas pretas e tênis rosa ou bota de punk e ostenta um colar estilo Wilma Flintstone forma a ponta de um fenômeno mais profundo e que tem atingido o cotidiano de todas as famílias.Os emos convivem com os goths (os antigos góticos, agora repaginados com um visual e uma atitude mais agressivos, macabros e obscenos), os nerds, os "normais" e até os punks – que seguem firmes na carreira.
Os punks costumam dar surras periódicas nos pobres emos que freqüentam às sextas-feiras as Grandes Galerias, ou Galeria do Rock, no centro de São Paulo. É curioso porque a meninada emo não consegue entender por que está apanhando. É como se fugissem de jobárias enlouquecidas que fugiram da exposição Dinos-no-Parque, na Oca do Parque do Ibirapuera. É como se sofressem a agressão de seus bisavós sonoros.
Outro hábito que os emos estão quebrando em relação a outros grupos adolescentes está em ser sexualmente tolerantes e em praticar um gregarismo relativo, que não abdica da individualidade. Como se sabe, os adolescentes costumam andar em bandos e manter uma certa homogeneidade comportamental. Os emos não. Nem mesmo de emo eles querem ser chamados mais. São um tanto contraditórios.
Fiquei sabendo da existência desses estranhos serezinhos por causa de minhas filhas, de 11 e 13 anos, que passaram a trazer para casa histórias bizarras sobre os emos. Fui me informar, até porque minhas meninas me disseram que havia muitas e muitas comunidades no Orkut pró e contra os emos. Comecei a prestar atenção na nova turminha. Como editor de Cultura de Época, resolvi pautar uma reportagem séria sobre o assunto. A idéia foi aprovada e saiu na edição 404, de 5 de fevereiro, de autoria da repórter Paloma Cotes. A repercussão da matéria foi boa. Choveram e-mails para a redação. Os emos despertam paixões de todos os lados. Até porque eles pregam a expressão ruidosa dos sentimentos e a flexibilização do comportamento sexual em público, eles têm provocado respostas contrárias. Pagam por serem espontâneos.
Será que essa turma de 11 a 21 anos pode ser tão perigosa assim para a moral e os bons costumes do século XXI ou os pais estão fazendo fogo de palha?"Emo", como muita gente já sabe e eu terminei aprendendo, é uma abreviatura de "emotional hardcore", ramo romântico do hardcore, praticado nos Estados Unidos desde os anos 80, em especial na cena punk de Washington. A música que apresentam nos shows e a atitude que praticam é uma mistura de batida pesada com letras românticas que lembram o bom e velho estilo sertanejo. Os detratores do emo definem o som como punk com letras sertanejas.
Há pelo menos uma banda de sucesso no Brasil, dentro do estilo emo. É a CPM 22, que, apesar de não ser considerada emo, faz um som emocore e lembra as letras derramadas com riffs violentos da gaúcha Fresno e da paulista Cueio Limão. Entre as bandas americanas e inglesas, estão o My Chemical Romance e o Good Charlotte, além do Green Day, que não é emo, mas os emos adoram – pelo menos eles copiam o visual do vocalista Billy Joe Armstrong.
No Brasil, os emos ganharam cara própria e assumiram uma persona pop-punk. Há muita pati e mauricinho se vestindo de emos para parecer o que não são. São os "paraguaios" ou "posers", que formam a grande maioria dos participantes da nova moda. Os que levam a subcultura emo a sério têm sofrido preconceito dos colegas e censura nas escolas de classe média. Eles apanham de punks e de colegas adolescentes que reprovam a conduta flexível, que leva os emos a namorar todo tipo de pessoas, numa conduta francamente pansexual.
O problema aqui é que essa conduta podia ser comum entre os jovens adultos, mas parece totalmente monstruosa quando se trata de quase-crianças. Há pais desesperados com os filhos que decidem assumir o kit rebelde emo. Os teens passam a mudar o comportamento, as roupas e o vocabulário (as meninas se chamam de "maridas", só para ter uma idéia do estranhamento), a freqüentar casas noturnas alternativas e a rejeitar a suposta hipocrisia do mundo adulto. Não querem conversa com os pais, apesar de se abrirem entre amigos.Os emos já começaram a aparecer até nas periferias e cidades-dormitórios. Eles estavam até mesmo lá no show da banda RBD em São Paulo no sábado 3, que provocou tumulto e morte de três pessoas, duas delas adolescentes.
Os emos não sabem exatamente o que querem ou o que são. Podem adotar uma banda de novela mexicana ou um grupo pop sem muito critério. Isso porque os emos resultam de uma geração que perdeu muitas das referências do rock. Eles precisariam de uma escolinha de rock para lhes mostrar a diferença entre punk e hardcore, entre heavy metal e new romantic, entre RBD e Nirvana.O que marca na cultura emo é a descoberta: do amor, do mundo da bebida e do circuito das festas, dos discos e do visual do pop e do rock. Sua espontaneidade é comovente, mas não raro eles se vêem censurados por todo lado. Por isso, lembram os românticos mais descabelados do século XIX e os hippies dos anos 60 do século XX. Como no mundo atual é impossível romper com o establishment, os emos são impotentes para criar um movimento forte, tanto do ponto de vista da rebeldia como no da música. Eles juntam os cacos da história do pop e não sabem o que fazer com eles. O que eles têm de bom (falo dos de verdade, não dos "paraguaios") é o espírito, a atitude que os torna diferentes numa sociedade cada vez mais homogênea e sem graça." http://noticias.aol.com.br/colunistas/luis_antonio_giron/2006/0005.adp

1 comentários:

Eu quero um filho emo....nossa..é disso que o mundo está precisando...principalmente a nossa região...mas ai para e penso..se eles já sofrem nas grandes cidades..imagine aqui...nesse fim de mundo...É uma pena...mas fazer o que né...azar do povo que perde o tempo..hehehe
Beijos
E Feliz Aniversário!!!!
Tudo de bom na sua vida, muita luz, amor, saúde!!
Beijos!!