Dispa-se dos preconceitos cinematográficos... Esqueça Triple X, Velozes e Furiosos, e também aqueles filminhos para adolescente que o povo adora consumir e que Hollywood produz às pencas. Olvide também aquelas películas que passam distante da verdadeira natureza humana e são cheios de príncipes e princesas, amores eternos e gente “legal” (não que eu não acredite nisso: em gente legal e amores eternos, mas nada é perfeito!)... Você esta para ver um filme ADULTO. Por isso, tome tempo. Seja paciente. Seja corajoso.

Pegue-o de preferência na sexta-feira, junto com porcariada popular que vem no pacote das locadoras: o pornô, o infantil, a aventura... Comece a ver DOGVILLE na sexta. E, como conheço a maioria das minhas crianças, já aviso: “_Não desistam, nem corram da raia, porque vocês estão para ver/ter uma das mais ousadas experiências feitas no cinema atual em termos de radicalismo formal e de conteúdo!” Se não conseguirem vê-lo todo... No problem... Vão dormir. Terminem de ver no sábado... Mesmo porque, Dogville é um daqueles filmes que incomodam...
O filme de Lars Von Trier é inspirador. Não somente pela escolha da linguagem, ( uma revolução na forma cinematográfica), dos atores, do roteiro... E explico: para horror dos viventes massificados, o diretor utilizou alguns objetos de cena mas nenhum cenário; apenas linhas pintadas no chão demarcando duas ou três ruas e algumas casas. O cenário invisível (sem paredes, janelas ou portas) permite que o espectador veja os coadjuvantes em seus afazeres longe do foco pri
ncipal da ação. Além de servir como metáfora do filme, não desviando a atenção do espectador para nada além da narrativa, o artifício ressalta a dramaticidade através da encenação. Desse modo, Von Trier consegue estender a profundidade de campo e sublinhar as conseqüências de cada ação individual em relação à comunidade. "Ao abdicar dos cenários e dos adereços, o diretor procurou valorizar o âmago de cada personagem para que o espectador, despojado do “supérfluo” e do “superficial”, pudesse olhar apenas para o que verdadeiramente interessa em seu filme: a desumanidade que “emana” da humanidade."*
Lars Von Trier, meus queridos ex-alunos de Cinema devem conhecer do movimento cinematográfico Dogma 95**. Para os desmemoriados, aqui vai: manifesto nascido na Dinamarca, que procurava contrariar algumas tendências do “cinema comercial”, opondo-se ao conceito de cinema de autor, ao cinema individual e cheio de (de)efeitos especiais. Lars, embora, atualmente, não siga o Dogma 95, está longe de ser apenas mais um diretor que se rendeu a $$$$$$$ de Hollywood, como por exemplo, Martin Scorsese ou Kevin Smith.

Mas vamos a história. Dogville é uma pequena cidade, com pouco mais de uma dezena de residentes, situada em algum lugar entre as montanhas do meio-oeste dos Estados Unidos. A história se passa durante a Grande Recessão Americana na década de 1930. Grace (Nicole Kidman) chega a Dogville fugindo da perseguição de gângsteres. Sob a liderança do morador Tom (Paul Bettany), a comunidade decide acolhê-la, para demonstrar altivez com o estranho, com o “estrangeiro”. Em troca da generosidade, Grace terá de prestar pequenos serviços aos moradores. À medida que o tempo avança, você, entre o chocado e o completamente indignado, verá a doce forasteira ser escravizada, abusada, punida por tentar escapar e delatada aos gângsteres pelo único morador que parecia manter algum traço de força moral. No entanto, quando os bandidos vêm ao encontro de Grace, a revelação de sua identidade provoca uma reviravolta definitiva no filme e na vida dos habitantes de Dogville.

E o filme termina ao som de Young Americans, de David Bowie com imagens de fotodocumentaristas que trabalharam durante a grande depressão americana.
Resta ainda dizer este é o primeiro da trilogia do diretor Lars Von Trier sobre os Estados Unidos. Os demais filmes são
Manderlay (2005) e Washington, que será lançado em 2007.

* ALEXANDRE BUSKO VALIM

** Votos de Castidade dos cineastas do DOGMA 95
1. As filmagens devem ser feitas em locais externos. Não podem ser usados acessórios ou cenografia (se a trama requer um acessório particular, deve-se escolher um ambiente externo onde ele se encontre).
2. O som não deve jamais ser produzido separadamente da imagem ou vice-versa. (A música não poderá, portanto, ser utilizada, a menos que não ressoe no local onde se filma a cena).
3. A câmera deve ser usada na mão. São consentidos todos os movimentos - ou a imobilidade - devidos aos movimentos do corpo. (O filme não deve ser feito onde a câmera está colocada; são as tomadas que devem desenvolver-se onde o filme tem lugar).
4. O filme deve ser em cores. Não se aceita nenhuma iluminação especial. (Se há luz demais, a cena deve ser cortada, ou então, pode-se colocar uma única lâmpada sobre a câmera).
5. São proibidos os truques fotográficos e filtros.
6. O filme não deve conter nenhuma ação "superficial". (Em nenhum caso homicídios, uso de armas ou outros).
7. São vetados os deslocamentos temporais ou geográficos. (Isto significa que o filme se desenvolve em tempo real).
8. São inaceitáveis os filmes de gênero.
9. O filme deve ser em 35 mm, standard.
10. O nome do diretor não deve figurar nos créditos.


Agradeço minhas caras alunas Nana Sperb e a Renata que deram retorno após publicação do blog... Bem e quanto a Britney... Chegamos a um consenso, né Renata :) A Britney é entretenimento e a Madonna não é somente isso :) ... Ela é política!

E mais uma dica: http://www.sonyclassics.com/capote/

O longa conta o trabalho de Truman Capote na árida cidade de Holcomb, no Estado americano do Kansas, onde ele tenta descobrir todos os detalhes sobre o massacre da família Clutter, no ano de 1959.
Em sua jornada, Capote é acompanhado pela amiga de infância Nelle Harper Lee (vivida por Catherine Keener), autora do clássico Não Matem a Cotovia (To Kill a Mockingbird), vencedor do prêmio Pulitzer de 1960.
Ao longo de cinco anos, o escritor e jornalista faz a reportagem intermitente da situação dos assassinos acusados, Perry Smith (Clifton Collins Jr.) e Dick Hickock (Mark Pellegrino), que terminam no corredor da morte.
Num primeiro momento, Capote tenta ajudar os acusados, mas, com o passar dos anos, ele começa a sentir-se culpado por desejar que eles morram para que possa concluir sua obra-prima, A Sangue Frio, publicada em 1966. Com A Sangue Frio, Capote cravou um marco no jornalismo literário, narrando um acontecimento verídico como se fosse um romance policial. O resultado é primoroso. A história da família Clutter — pai, mãe e dois filhos pequenos —, brutalmente assassinada em 1959 na pequena cidade americana de Holcomb, no Estado do Kansas, foi o ponto de partida. Então repórter da revista The New Yorker, Capote debruçou-se sobre a tragédia por seis anos e lançou o livro em 1965, causando tremendo impacto. Continua impactante 38 anos depois.

JORNALISMO LITERÁRIO

Modalidade de prática da reportagem de profundidade e do ensaio jornalístico utilizando recursos de observação e redação originários da ou inspirados pela literatura.Traços básicos: imersão do repórter na realidade, voz autoral, estilo, precisão de dados e informações, uso de símbolos (inclusive metáforas), digressão e humanização.

A coleção "Jornalismo Literário", da editora Companhia das Letras, surgiu para reeditar algumas das maiores reportagens do século 20. O primeiro volume Hiroshima, de John Hersey foi publicado há pouco mais de um ano. Desde então, já foram para as livrarias reportagens de jornalistas como Joseph Mitchell, Truman Capote, Joel Silveira e o último lançamento, Zuenir Ventura.

Camila:
Vc não queria umas indicações de livros...


Acessem este site: www.nra-kkk.org/ e vcs vão ter uma idéia do que os adultos estão fazendo com a infância... Plantando o ódio e a intolerância... Depois me digam se não é grave...



Do ódio nada brota a não ser a intolerância que contamina gerações e mais gerações sem que elas, na verdade, por fim, nem saibam mais porque estão odiando...
Não compactuem com isso. Vocês também são responsáveis ...

Campanha em Defesa da Formação e Regulamentação Profissional dos Jornalistas

Carta à Sociedade

A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), os 31 Sindicatos de Jornalistas a ela filiados em todo país e o Fórum Nacional de Professores de Jornalismo (FNPJ) solicitam a sua adesão à campanha nacional que estamos promovendo em defesa da formação universitária específica de jornalista como condição essencial ao registro para o exercício profissional.
Há quase quatro anos, os jornalistas desenvolvem esta campanha para recuperar um dos pilares da sua regulamentação profissional: o item III do Artigo 4º do Decreto 83.284/79, derrubado por decisão judicial em 1.ª instância. Foi em outubro de 2001, através de liminar da juíza substituta Carla Rister, da 16ª Vara Cível da Justiça Federal, 3ª Região, em São Paulo, que suspendeu a obrigatoriedade da exigência do diploma de Curso Superior de Jornalismo, reconhecido pelo MEC, para a obtenção do registro profissional.
Desde então, com o apoio de todos os Sindicatos de Jornalistas do País, a FENAJ trava uma batalha na Justiça Federal paulista tentando reverter a decisão. O processo permanece, desde dezembro de 2003, no TRF-3ª Região à espera da análise de recurso impetrado pela FENAJ e Sindicato dos Jornalistas de São Paulo.
É importante esclarecer, já de início, que a defesa da formação específica para o exercício do jornalismo está longe de ser uma questão unicamente corporativa. Trata-se, acima de tudo, de atender à exigência cada vez maior, na sociedade contemporânea, de que os profissionais da comunicação tenham um alto nível de qualificação técnica, teórica e principalmente ética. Com este entendimento e:
considerando que, depois de 60 anos de regulamentação profissional e 80 de lutas pela formação superior em Jornalismo, enfrentamos agora a clara ameaça do fim de quaisquer exigências legais para o exercício da profissão de jornalista;
considerando que o ataque à profissão jornalística é mais um ataque às liberdades sociais e às profissões em particular, cujo objetivo fundamental é desregulamentar as profissões em geral e aumentar as barreiras à construção de um mundo mais pluralista, democrático e justo;
considerando que a decisão judicial acarreta claros prejuízos à ética profissional, avilta as condições de trabalho e salariais dos jornalistas e abre espaço para a contratação, nas empresas jornalísticas, de apadrinhados políticos e ideológicos sem a essencial formação específica na área;
considerando que a existência de uma imprensa livre, comprometida com os valores éticos e os princípios fundamentais da cidadania, portanto cumpridora da função social do jornalismo de atender ao interesse público, depende também de uma prática profissional qualificada;
considerando que uma das formas de se preparar, de se formar jornalistas capazes a desenvolver tal prática é através de um curso superior de graduação em jornalismo e que já existe liberdade garantida para quem quiser expor sua opinião na imprensa, como entrevistado ou articulista de uma determinada área;
considerando, finalmente, que se a decisão for mantida, atinge profissionais e estudantes de jornalismo numa de suas principais conquistas, desrespeita as identidades de cada área (e com isso desrespeita também as demais), e fere frontalmente a sociedade em seu direito de ter informação apurada por profissionais, com qualidade técnica e ética, bases para a visibilidade pública dos fatos, debates, versões e opiniões contemporâneas, atacando portanto o próprio futuro do país e da sociedade brasileira;

Solicitamos o seu engajamento nesta campanha em defesa da formação superior específica para o exercício da profissão de Jornalista, através da promoção e/ou participação em atividades programadas pela FENAJ, Sindicatos e FNPJ e também do envio de moção de apoio para: STF (Supremo Tribunal Federal), TRF 3ª Região (Tribunal Regional Federal da Terceira Região), STJ(Superior Tribunal de Justiça), Procuradoria-Geral da República, Câmara Federal e Senado, Procuradoria-Geral do Trabalho,Tribunal Superior do Trabalho e Conselho Superior da Justiça Federal, além do encaminhamento de uma cópia para a FENAJ. Os endereços eletrônicos seguem abaixo. O modelo de moção está em anexo e também pode ser encontrado nos sites da FENAJ, do FNPJ e dos Sindicatos em todo o país.

Saudações sindicais!

Carta dos Jornalistas Catarinenses
Em Defesa da Formação
Nesta quarta-feira, 26 de outubro, a atenção dos jornalistas profissionais de todo o país estará voltada para o julgamento da Ação Civil Pública que questiona a necessidade de formação superior para o exercício da profissão. O
site do SJSC estará acompanhando o julgamento, que será realizado no Tribunal Regional Federal de São Paulo.
O Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina convoca profissionais e estudantes, professores dos Cursos de Jornalismo, entidades de defesa dos direitos do cidadão e parlamentares para que se somem a todos aqueles que têm na Liberdade de Imprensa um direito básico à cidadania, para se manifestar em defesa da manutenção do diploma de jornalista como essencial para o acesso à profissão.
Há quatro anos, uma liminar da juíza Carla Rister, do Tribunal Regional da 3ª Região, permite o acesso ao registro de jornalista a qualquer um, ferindo a legislação e atingindo uma das principais bandeiras de luta dos jornalistas profissionais: a formação. É nos cursos de Jornalismo que o trabalhador fixa os conceitos norteadores para o exercício da profissão com base na ética, na informação verdadeira e no compromisso social de nossa profissão.
No próximo dia 26 de outubro, em São Paulo, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região julgará liminar da Federação Nacional dos Jornalistas e do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de São Paulo, que requer a exigência do diploma de curso superior em Jornalismo para o acesso ao registro junto ao Ministério do Trabalho e, portanto, ao efetivo exercício da profissão. E é para este momento que convocamos a sociedade catarinense a se mobilizar e a dizer não aos freqüentes ataques para desconstituir a identidade da categoria dos jornalistas e reafirmar um sonoro sim ao jornalismo verdadeiro, ético e plural, com base na formação.
Em defesa da formação dos jornalistas, junte-se a nossa luta!


  • A empresa S.A. O Estado de S. Paulo foi condenada nesta quinta-feira pela 6ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça a pagar indenização de R$ 250 mil, por danos morais e materiais, a cada um dos donos da Escola Base, Ikushiro Shimada, Maria Aparecida Shimada, Mauricio Monteiro de Alvarenga. Em março de l994 o Jornal da Tarde e O Estado de S. Paulo, baseado em fontes policiais e depoimentos de mães de alunos, noticiaram abusos sexuais contra crianças na escola localizada no bairro da Aclimação. As acusações posteriormente se revelaram infundadas.
  • A Rede Globo de Televisão foi condenada a pagar R$ 1,35 milhão para reparar os danos morais sofridos pelos donos e pelo motorista da Escola Base. Icushiro Shimada, Maria Aparecida Shimada e Maurício Monteiro de Alvarenga devem receber, cada um, o equivalente a 1.500 salários mínimos (R$ 450 mil).
  • A divulgação dos fatos não pode ser precipitada sob risco de provocar danos irreparáveis às vítimas. Esse foi o entendimento do Tribunal de Justiça de São Paulo que, nesta terça-feira (19/7), condenou a Editora Três, que publica a revista IstoÉ, a pagar indenização de R$ 200 mil a cada uma das três pessoas envolvidas no caso da Escola Base.
  • Caso Escola Base - Supremo multa estado de SP por litigância de má-fé
    A 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal resolveu dar um basta na seqüência de recursos interpostos pela Fazenda de São Paulo no caso da Escola Base. Com base no voto do ministro Cezar Peluso, a Turma multou o estado por litigância de má-fé. A decisão foi unânime.A decisão foi tomada em recurso do estado contra decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo. Para os ministros, a Fazenda paulista tem agido com um inconformismo sistemático que se manifesta em recursos carentes de fundamentos novos.
  • A Folha de São Paulo vai pagar R$2,2 milhões aos caluniados, difamados e inuriados diretores e professores da Escola Base.
  • Ainda falta um monte de gente: VEJA, ...

TV Ministério Público pede cassação da Rede TV
[da Assessoria de Comunicação da Procuradoria da República no Estado de São Paulo, 24/10/2005]
O procurador regional dos Direitos do Cidadão, Sergio Gardenghi Suiama, ajuizou na segunda-feira (24/10) em conjunto com ONGs que defendem os direitos dos homossexuais e os direitos humanos Ação Civil Pública pedindo a cassação da concessão da TV Omega Ltda, a Rede TV. O pedido é baseado em uma série de desrespeitos aos Direitos Humanos e homofobia exibidos no quadro de pegadinhas do programa "Tarde Quente", apresentado pelo humorista João Ferreira Filho, o João Kleber.
Além da cassação da concessão, pedida no mérito da ação, o Ministério Público Federal e as ONGs pedem que a Justiça conceda liminar determinando a suspensão imediata do programa "Tarde Quente" e das pegadinhas exibidas pelo programa e, como direito de resposta aos ofendidos, que seja exibido no mesmo horário do programa, durante 60 dias, programas sobre Direitos Humanos e contra a discriminação por orientação sexual, com custos arcados pela Rede TV.
A ação pede também que a Rede TV e João Kleber sejam condenados a indenizar a sociedade pelo dano moral coletivo, solidariamente, no valor de R$ 20 milhões, equivalente a 10% do faturamento bruto anual da emissora.
No mesmo dia, o MPF expedirá à direção das lojas Marabraz recomendação sugerindo que a empresa pare de patrocinar o programa. Segundo o mercado de televisão, um anúncio de 30 segundos nos intervalos do programa, exibido à tarde, custa R$ 13,5 mil.
Desde 2003, o MPF em São Paulo tem procedimentos abertos para apurar queixas de telespectadores afrontados pelas baixarias exibidas pelos programas do apresentador: o "Eu Vi na TV" , do infeliz e supostamente montado quadro "Teste de Fidelidade", em que maridos ou mulheres supostamente traídos assistem, no palco, gravações de seus parceiros os traindo, não raro com o quadro exibindo cenas torpes de agressões entre os integrantes dos casais, e o Tarde Quente, mais recente, que foca seu conteúdo nas pegadinhas.
Os dois programas aparecem constantemente, desde 2004, na lista da campanha "Quem Financia a Baixaria é Contra a Cidadania", elaborada a partir de queixas de cidadãos ao projeto, da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.
Para o procurador, não é admissível que concessionárias de serviço público, como as TVs, usem o espaço público concedido para violar direitos fundamentais da pessoa humana.
Durante o tempo em que monitorou o programa, o MPF compilou algumas das chamadas das pegadinhas que ofenderam cidadãos, como "Bicha atrevida faz pedestre se passar por gay e apanha"; "Bichas fazem festa no banheiro, irritam as pessoas e apanham"; "Acha que vai ser servido por ‘gostosa’ mas é travesti"; "Ator insiste que pedestre é gay e acaba apanhando", "Repórter faz pedestre passar por marido de travesti e apanha".
O procurador descreve da seguinte forma os esquemas das pegadinhas com personagens gays:
"a) o ‘ator’, travestido de um tosco estereótipo do que a ideologia dominante crê ser ‘o homossexual’, assedia moral e fisicamente os participantes da cena, provocando-lhes reações de repulsa e violência; b) o ‘ator’ insulta os passantes chamando-lhes de ‘bicha’,‘veado’ e ‘boiola’" .
Além dessas chamadas, o MPF junta na ação a descrição de algumas pegadinhas, como no exemplo transcrito abaixo:
" Bicha atrevida faz pedestre se passar por gay e apanha"
Resumo: Ator pede que passante leia bilhete em que está escrito "eu sou gay". Quando passante lê, ator passa a assediá-lo, fingindo ser estereótipo de homossexual. Para um participante diz: "você chupa bastante, não chupa?".
Para o MPF, o programa prega a homofobia ao legitimar com as pegadinhas "a violência social contra homossexuais, na medida em que a ‘bicha’ encenada termina sempre punida com os socos e chutes dos passantes".
Suiama ressalva, entretanto, que o MPF não quer estabelecer nexo causal entre o programa e as milhares de agressões diárias sofridas por homossexuais Brasil afora. "O próprio programa televisivo dos réus já é um ato de violência simbólica contra, pelo menos, 20 milhões de brasileiros", escreveu o procurador na ação.
Humilhação
Não só homossexuais são desrespeitados pelo programa. Qualquer pedestre pode ser vítima de humilhações e constrangimentos no "Tarde Quente". Passantes são abordados na rua e gratuitamente chamados de "trouxas", "drogas", "fedidos", "aleijados", "cornos", "otários" e "escrotos". Mulheres – inclusive senhoras idosas – são chamadas de "galinhas" pelos "atores" contratados pelos réus.
Num dos quadros levados ao ar recentemente, em 05 de julho de 2005, "Homem ameaça apagar pedestres e acaba apanhando", o "ator" se faz passar por assaltante e ameaça uma mulher que, sem saber que se tratava de uma farsa, começa a chorar, sob o riso de escárnio do apresentador. O MPF junta na ação também outra característica comum às pegadinhas: humilhar pessoas simples que se dispõem a ajudar alguém em necessidade.
O MPF tentou evitar a ação, chamando os réus para firmar um termo de ajustamento de conduta, no qual foi sugerido à Rede TV e ao apresentador que o programa passasse a respeitar os direitos fundamentais do cidadão, mas a proposta foi rejeitada pelo departamento jurídico da emissora, que não vislumbrou "motivos para firmar o documento".
Assinam a ação com o MPF as ONGs Intervozes; CDH - Centro de Direitos Humanos; Associação da Parada do Orgulho dos Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros de SP; Associação de Incentivo à Educação e Saúde de SP – Aiessp; Identidade; ABCDS.


Querido Marcelo:
Saudades enormes e bons pensamentos para você! Um grande beijo nosso na Paula, esta poeta que a gente ama...
E não esqueça: a gente faz aqui o que é possível. Na próxima encarnação, quem sabe, tudo será diferente :) ...


"Eu sambo
eu passo
eu acho um abraço
perdido na noite.
Paradoxo em que me divirto e machuco
Oscilando entre o riso e o choro, risada e gozo,
eu visto o sorriso típico
dos palhaços e dos loucos
com a estranheza andrógina
que tanto me fascina e (a)trai.
Nesse fascínio teatral
não sou fantoche
homem ou mulher:
sou ser ululante
sou em carne, carnaval.
(...)
Beijo a boca do turista
a moçoila vinil-futurista,
da turma das drag queens,
com seios de espuma pura
e coma escrachada caricatura, samba sobre patins.
Tudo ali é metafórico.
O juiz virou Penélope
o folião se diz teórico.
E todos se comunicam
não precisa intimidade,
bastam as unhas postiças,
perucas e muita vaidade.
Os joãos de salto alto
sambam à noite no asfalto.
Muitas plumas e paetês
Carlotas, Cíntias e Tetês
juram que são sereias,
que são mulheres de areia
nas ondas do ser ou não ser." Paula




E lá estão as beldades femininas sendo massacradas na TV porque não acordam maquiadas! Tem dó! E aí vc vê os "especialistas" falando:
“A maquiagem sempre dá um tcham!”, acredita uma mulher no salão de beleza.A falta da maquiagem pode causar cada estrago! " Nossa que medo!!!!
ou

“No caso da Pamela, é uma pele com cobertura muito intensa, que é quase como seela virasse uma tela em branco e você redesenhasse o rosto. É uma mulher construída, eu digo a mesma coisa da Britney Spears. É um padrão de beleza construído tipicamente norte-americano”, analisa o maquiador Fernando Torquato.“Ela também não é essa pessoa monstruosa que está na foto em que ela foi flagrada. É o momento da luz e o ângulo em que ela foi fotografada”, explica o fotógrafo Vicente de Paulo, sobre a foto de Britney Spears."

Ahhh, bom... Ela não é a pessoa MONSTRUOSA que está na foto... isso me deixa mais aliviada! Que gente ignorante é essa?!
Meu, a pergunta é: o que vcs acham que não é manipulado hoje? A Playboy? A G magazine? O que vc está comprando, deixa eu dizer, se vcs não se "tocaram" : é uma fantasia. Olha, gente, Papai Noel não existe! Gente 100% perfeita e linda o dia inteiro também não! Os próprios profissioais garantem na "matéria":"Depois de muitos truques e uns "pequeninos" retoques no computador, o resultado é surpreendente!" OOOOOOOHHHHH...Manipulação é questão de vontade e/ou oportundiade. Basta veros casos do Whashington Post, a da Folha, da Veja ou do Estadão, que já fizeram "espetácuslos solos" sobre o assunto... Cortam isso. Retocam aquilo. E, pior, aqui estamos falando de jornalismo!

Mas a torutra ainda não havia terminado.Tivemos que ver/ouvir que:
"No caso de Naomi Campbell, o fotógrafo explica que se trata de uma luz frontal: “É uma câmera que bateu de frente sem muito cuidado. Ela simplesmente iguala todos os pontos do rosto”.“A luz que vem de cima de um ângulo mais ou menos de 45 graus é a ideal. Vai sombrear as partes que não são tão interessantes. A parte das narinas, embaixo da boca, embaixo do queixo e a parte que fica entre o olho e a sobrancelha”, avalia Vicente de Paulo."

Ou seja: vivamos no escuro, porque assim todos seremos belos...

E peraí, que tem um outro problema: cadê os homens da matéria?! Ahhh, claro! Eles comentam e avaliam a beleza. É que belas somente as mulherem devem ser. A beleza somente se refere ao feminino! Elas é que se matam e fazem qualquer coisa para estarem sempre lindas! Porque afinal, faz parte da mulher, está no sangue, é instintivo, como o pessoal adora dizer...claro... Por que será, né?

Já indico um filminho para vcs: "Mulheres Perfeitas"... É disso que eu falo.



Eu sou fã veterana de Madonna e posso nominar mil e uma razões para ela ser melhor do que qualquer Britney ou Gwen... Talvez Cristina um dia consiga (mudando o personal stylist, amadurecendo e se educando muito). Madonna sempre esteve em outra freqüência... A partir de determinado momento, sempre criticou, questionou, fez piada de si mesma, brigou contra a intolerância e a ausência de diversidade... É política, faz escolhas, e a mídia, e seus jornalistas tão limitados, continuam sem entender a criatura direito! Abaixo algumas letras que ainda me dizem e me lembram que Madonna é ainda a única de sua espécie.

I´m So Stupid – Eu sou tão estúpida

Porque costumo viver Em um sonho vazio E eu queria ser Como todas as pessoas bonitas Eu sou tão idiota Porque costumo viver Em um sonho vazio Eu costumo acreditar Em fotos bonitas Que estiveram me cercando Mas agora, sei com certeza Que eu era tão idiota Por favor, não venha me tentar Era só ganância E isso não vai me proteger Não quero meus sonhos Somados a nada mais Eu estava apenas procurando Todo mundo procura por algo Eu sou tão idiota Porque costumo viver Em uma bolha minúscula E queria ser Igual a todas as pessoas bonitas Que me cercavam Mais agora, sei com certeza Que eu era tão idiota Mais idiota do que idiota Human Nature - Natureza Humana E eu não me arrependo (não me arrependo) É a natureza humana (é a natureza humana) E eu não me arrependo (não me arrependo) Não sou sua putinha então não jogue suas asneiras em mim (É a natureza humana) Você não me deixaria dizer as palavras Que eu queria dizer Você não quis ver A vida através dos meus olhos
Você tentou me empurrar Para dentro de uma sala apertada E me calar com rancor e mentiras Eu disse algo errado? Oops, eu não sabia que não podia falar sobre sexo (Eu devia estar doida) Eu permaneci por muito tempo? Oops, não sabia que eu não podia expor minhas idéias (O que eu estava pensando) Você me puniu por ter te contado minhas fantasias Eu estou quebrando todas as regras que eu não criei Você pegou minhas palavras E fez uma armadilha para imbecis Você me segurou E tentou acabar comigo Eu disse alguma verdade? Oops, Eu não sabia que não podia falar sobre sexo (Eu devia estar doida) Eu tinha um ponto de vista? Oops, Eu não sabia que não podia falar sobre você (O que eu estava pensando) Eu não estou pedindo desculpa Pareceria melhor se eu fosse um homem? Você é o único com problema Por que você não lida com ele? Você gostaria mais de mim se eu fosse? Nós todos nos sentimos do mesmo jeito Eu não tenho nenhum arrependimento, olhe no espelho Eu não tenho que justificar nada. Sou igual a você Por que eu deveria ser? Lide com isso

What It Feels Like For A Girl
Como se sente uma garotaGarotas podem usar jeans E cortar os cabelos curtos Usar camisas e botas Porque é legal ser um garoto Mas para um garoto se parecer com uma garota é degradante Mas você acha que ser uma garota é degradante Mas secretamente você adoraria saber como é Não adoraria? Como se sente uma garota"Maciez sedozaLábios tão doces quanto uma bala, baby Jeans azul apertado Pele que se mostra em fendasForça interiorMas você não sabe Garotinhas boas nunca se mostramQuando você for abrir bem a boca para falarPoderia ser um pouco frágil?Você sabe...Como se sente uma garota? Você sabe...Como se sente uma garota neste mundo? (...)

American Life - Vida americana
Eu tenho que mudar meu nome? Isso vai me fazer ir longe? Eu devo perder alguns quilos? Eu vou ser uma estrela? Eu tentei ser um garoto, Eu tentei ser uma garota Eu tentei ser uma bagunça, Eu tentei ser a melhor Eu acho que fiz tudo errado, É por isso que escrevi essa canção Esse tipo de vida moderna- É pra mim? Esse tipo de vida moderna- É de graça? Entâo eu fui a um bar Procurando por solidariedade Uma pouco de companhia - Eu tentei encontrar um amigo É bem mais fácil dizer Sempre a mesma coisa Esse tipo de vida moderna- É pra mim? Esse tipo de vida moderna- Não é de graça? Vida Americana Eu vivo o Sonho Americano Você é a melhor coisa que já vi Você não é somente um sonho Eu tentei estar a frente, Eu tentei estar no topo Eu tentei fazer o papel, Mas de alguma forma eu esqueci por que eu fiz tudo isso, E porque eu queria mais Esse tipo de vida moderna- É pra mim? Esse tipo de vida moderna- É de graça? Eu tenho que mudar meu nome? Isso vai me fazer ir longe? Eu devo perder alguns quilos? Eu vou ser uma estrela? American Life - Vida Americana Eu tenho que mudar meu nome? Isso vai me fazer ir mais longe? Eu devo perder alguns quilos? Eu vou ser uma estrela? Eu tentei ser um garoto, Eu tentei ser uma garota Eu tentei ser uma bagunça, Eu tentei ser a melhor Eu acho que fiz tudo errado, É por isso que escrevi essa canção Esse tipo de vida moderna- É pra mim? Esse tipo de vida moderna- É de graça? Então eu fui a um bar Procurando por solidariedade Uma pouco de companhia - Eu tentei encontrar um amigo É bem mais fácil dizer Sempre a mesma coisa Esse tipo de vida moderna- É pra mim? Esse tipo de vida moderna- Não é de graça? Vida Americana Eu vivo o Sonho Americano Você é a melhor coisa que já vi Você não é somente um sonho Eu tentei estar a frente, Eu tentei estar no topo Eu tentei fazer o papel, Mas de alguma forma eu esqueci por que eu fiz tudo isso, E porque eu queria mais Esse tipo de vida moderna- É pra mim? Esse tipo de vida moderna- É de graça? Eu tenho que mudar meu nome? Isso vai me fazer ir longe? Eu devo perder alguns quilos? Eu vou ser uma estrela? Foda-se Eu bebo leite de soja Eu tomo uma dose dupla Isso está no meu corpo E você sabe que estou satisfeita Eu dirijo meu Mini Cooper E me sinto a supra-sumo Yo, eles falam que sou o máximo E você sabe que estou satisfeita Eu faço ioga e pilates E a sala está cheia de gente gostosa Então eu dou uma olhada nos corpos E você sabe que estou satisfeita Eu sei tudo de isótopos Metafísica é uma droga Mas se tudo isso me trás esperança Você entende que estou satisfeita Eu tenho advogado e empresária Uma agente e um cozinheiro Três babás e uma assistente Um motorista e um jatinho Um treinador e um mordomo E um guarda-costas ou cinco Um jardineiro e uma estilista Você acha que me sinto satisfeita? Eu gostaria de expressar meu ponto de vista com franqueza Não sou Cristã nem Judia Só estou vivendo distante do Sonho Americano E acabo de descobrir que as coisas não são o que parecem ser



Intérprete das Nações Unidas, Silvia Broome ouve, por acaso, uma ameaça de morte a um chefe de estado africano, planejada para acontecer na Assembléia Geral das Nações Unidas. A conversa é ouvida num raro dialeto, que poucas pessoas, além de Silvia, nascida na África, podem entender. A frase "O professor nunca sairá da sala vivo" tem o poder, de um instante para o outro, de virar a vida de Silvia de cabeça para baixo.
Sob a proteção do agente federal Tobin Keller, o mundo de Silvia transforma-se num verdadeiro pesadelo. À medida que mergulha no passado de sua testemunha e em seu mundo secreto de conexões internacionais, Keller só encontra razões para desconfiar dela, e passa a suspeitar que a intérprete esteja envolvida na conspiração. Silvia é uma vítima? Uma suspeita? Ou será algo muito diferente disso? E Tobin poderá protegê-la com toda essa desconfiança?
Apesar de precisarem um do outro para deter uma terrível crise internacional, Silvia e Tobin são pessoas totalmente diferentes. A força dela está nas palavras, na diplomacia e nas sutilezas do significado, enquanto Tobin é pura ação e instinto.
http://www.cinepop.com.br/especial/interprete.htm

Bom filme e um roteiro que discute como viver após as tragédias da vida. Vingança ou perdão? Paz ou guerra?

MPF recomenda retirada de programas homofóbicos da TV
Deu na coluna Televisão, nesta terça-feira, 18/10, do jornalista Daniel Castro no jornal Folha de São Paulo: O Ministério Público Federal estipulou dez dias para a Rede Globo e a TV Gazeta retirarem do ar quadros de programas que induziriam à homofobia, incluindo os humorísticos “Zorra Total” e “Sérgio Mallandro”. Lívia Tinoco, procuradora regional dos direitos humanos do Distrito Federal, encaminhou, no último dia 10/10, recomendação às emissoras para que elas cessem a veiculação de “quadros que incorram na prática de discriminação por orientação sexual”. Segunda informou o colunista, a procuradora pediu compensação com a abertura de espaço em programas para que grupos de gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros se manifestem por um período de 3 meses.As emissoras têm dez dias para dar uma posição a respeito, acatando a recomendação ou se justificando. Caso contrário, a procuradora entrará com ação civil pública pedindo a suspensão de quadros que tenham ofensas a gays. A TV Gazeta confirma ter recebido a recomendação, mas argumentou que “em momento algum assumiu postura discriminatória”. Afirmou também que recomendou a Sérgio Mallandro utilizar de “bom senso” em seus programas. A Rede Globo disse que ainda não foi notificada.


Querido:
Estamos com muitas saudades de você...
Mas também desejamos tudo de melhor na tua nova vida...
E, por favor, apareça aqui com sotaque!


MULHERES NA MÍDIA - Às musas, tudo. A Minerva, o silêncio
Ligia Martins de Almeida (*)

No Olimpo grego existia uma grande diferença entre dois tipos de mulheres: as musas – belas e graciosas, que alegravam reuniões, concertos e festins do Olimpo – e Minerva, a deusa da sabedoria, que intimidava a todos com sua pose de guerreira. Em Brasília parece ser a mesma coisa.
Mas enquanto na velha Grécia todas mereciam a mesma devoção, a imprensa, aqui, só fala das musas. As minervas são ignoradas. É só conferir o espaço dedicado – desde maio, quando começaram as investigações – às senadoras e deputadas que atuam nas CPMIs (elas seriam Minerva, com sua atitude guerreira e a sabedoria na atuação) e comparar ao que foi gasto para falar das assim chamadas musas.
Tivemos Fernanda Karina, a secretária, Romilda Santiago, mulher do lar, Maria Cristina, a ex-mulher. Agora chegou a vez de Diana Buani, a mulher solidária.
Cada vez que uma delas aparecia para depor a imprensa se agitava, sonhando em transformá-la em musa instantânea. Os atributos necessários para o posto? Ser bonita ou estar em forma, estar relacionada a um homem envolvido no escândalo e ser capaz de fazer denúncias relevantes. Ou então, como no caso da mulher de Marcos Valério, ser capaz de se manter firme no papel de esposa, com direito a lágrimas e emoção.
Conclamando a mulherada
Se o comportamento da imprensa é ofensivo (chamar alguém de alegria dos festins não é das coisas mais elogiosas), as mulheres, movidas por interesse ou simplesmente fascinadas com os cinco minutos de fama, acabam entrando no jogo.
Fernanda Karina, a secretária, entrou vítima (sem dinheiro para pagar o advogado) e saiu candidata a deputada, por um partido que nada tem a ver com o PT de quem se declarava adepta: "A campanha [de 2006] vai ser pobre porque não vai ter malas com dinheiro. Eu vou ser uma candidata sem dinheiro. E vai ganhar quem tem propostas, e não financiadores. Isso será bom para a sociedade" (Agência Folha, 16/9).
Romilda Santiago continua coerente com seu papel de mãe de família, como mostra sua mais recente declaração: "Não tenho a menor paciência para essas conversas sobre musas. Hoje só quero preservar os meus filhos. Para sair de casa, coloco óculos escuros e faço penteado" (O Estado de S.Paulo, 18/9).
Maria Cristina Mendes Caldeira, ex-mulher do ex-deputado Valdemar Costa Neto, que ao terminar o depoimento disse que queria voltar a trabalhar (ela é produtora de TV), "saiu do episódio conclamando a mulherada a contar o que sabe", segundo o Estado (18/9).
Coadjuvante da assessora
Sobre algumas, a imprensa "geral" antecipou-se à revista Playboy e anunciou que apareceriam nuas.
A mais nova musa, Diana Buani (até o fim dessa história certamente aparecerão muitas outras), declarou-se lisonjeada, mas disse que não cogita aparecer em revistas "por enquanto" (Estado, 16/9). A Veja, que saúda Diana Buani como herdeira à altura de Thereza Collor, também a acusa de mostrar mais do que deveria:
"Aos 30 anos, beleza de tirar o fôlego, a mulher de Sebastião Buani, o dono do restaurante que caiu na mira de Severino Cavalcanti, está enfrentando a celebridade instantânea com uma mistura de ingenuidade e encantamento. Postada ao lado do marido em todos os momentos, maquiada, de salto alto e decotes que evidenciam os seios ressaltados com 230 mililitros de silicone, a pergunta inevitável que Diana, como prefere ser chamada, mais ouve é se posaria nua para uma revista masculina".
E conclui: "A senhora Buani mostra mais do que seria aconselhável".
É como se houvesse um acordo de toda a imprensa: mulher é notícia quando desperta desejo nos homens. Se elas já ganharam voto, ocupam um cargo importante, estão aparecendo com competência na investigação da corrupção, é melhor não falar delas. Ou, no máximo, como no caso da senadora Ideli Salvatti (PT-SC), mencioná-la como coadjuvante. A estrela é a assessora, que trocou o trabalho com a senadora petista pelas páginas centrais da revista Playboy.
Alcinhas e cabelos
A mídia é a única culpada? É culpada, certamente, por alimentar a imagem da mulher como objeto. Mas as mulheres, como bem mostra a secretária Karina, também fazem o jogo. Não deu certo o negócio de 2 milhões de reais, ela imediatamente passa a defender que vai entrar na política e que se elege quem tiver conteúdo.
Como fica, nessa história toda, a imagem das minervas do Congresso – juíza Denise Frossard, senadora Heloisa Helena, senadora Ideli Salvatti, deputada Zulaiê Cobra – que, com seu questionamento firme e direto, tiram as sessões das CPMIs do marasmo? Elas não mereceriam, por seus méritos, algumas linhas da imprensa?
Vai ver que não descobriram o marketing mais eficiente para ganhar espaço, como a filha do deputado Roberto Jefferson, que virou notícia por usar um vestido de alcinhas, considerar seus cabelos um patrimônio e ser extremamente preocupada com a forma física. Ou, então, é a imprensa que – por preconceito ou simples falta de sensibilidade – prefere tratar "a mulherada" como objeto.
(*) Jornalista


Filha de um artista inglês paupérrimo e uma dançarina francesa, Becky torna-se órfã muito cedo. A garota pobre usa de tudo para poder subir na escala social da Londres de 1820. Quando todos os planos dão errado, inclusive o de se casar com o irmão de uma amiga, a jovem é obrigada a trabalhar como governanta em uma casa isolada no campo. Lá, ela é cortejada pelo velho patriarca e pelo pouco confiável filho dele. A fotografia é maravilhosa!
Trailler: http://br.movies.yahoo.com/filme/11858/trailer/754